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Escrito por Rodrigo Crovella, biólogo de formação e especialista em canabinoides

 

Os seres humanos utilizam as substâncias da planta da Cannabis há milhares de anos. Evidências históricas denunciam ao mundo que em diferentes momentos da história da humanidade, a planta esteve lá, sendo utilizada no cotidiano como forma de preparações terapêuticas. Foi no início do século XX que a história ganhou um novo capítulo, a adição da perseguição e do proibicionismo nas páginas da história, impedindo que pessoas se beneficiassem de suas propriedades medicinais e que pesquisadores pudessem elucidar os mecanismos por trás dos benefícios das substâncias da planta.

Apesar da onda proibicionista ao redor do mundo, os estudos sobre os mecanismos de ação das substâncias da cânabis seguiram durante o século XX e início do século XXI. Foi durante este período que pesquisadores descobriram os componentes moleculares, celulares e enzimáticos do Sistema Endocanabinoide, formado por dois receptores (CB1 e CB2) acoplados à proteína G da membrana celular, em diferentes regiões do corpo. Com o passar do tempo, conforme o avanço nos métodos do estudo investigativo, os pesquisadores descobriram que nós produzimos canabinoides naturalmente, os principais são a Anandamida e o 2-AG, os chamado endocanabinoides. Estes endocanabinoides possuem afinidade pelos receptores CB1 e CB2, presentes na membrana. Mas a descoberta dos receptores aconteceu apenas na década de 90. Antes deste período, os pesquisadores já possuíam conhecimento dos fitocanabinoides (compostos de origem vegetal, a partir da Cannabis), principalmente o THC e o CBD.

 

Desde então, diversos estudos investigativos sobre a importância do SEC para a nossa saúde têm sido conduzidos. Através destes estudos, os pesquisadores perceberam que o SEC atua em funções fisiológicas e alterações fisiopatológicas de diversas patologias, em diversas partes do corpo. O SEC é responsável pela manutenção do bom funcionamento do organismo.